O uso de aplicações (apps) de encontros é uma realidade para muitas pessoas. Os dados indicam que o número de utilizadores tem vindo a aumentar (Statista, 2022) e que as plataformas são consideradas um meio válido para conhecer pessoas com quem desenvolver um relacionamento (Sepúlveda & Vieira, 2020). É também uma certeza que as plataformas de encontros recolhem e usam dados dos seus utilizadores (Weltevrede & Jansen, 2019), embora seja menos claro que dados são e como são recolhidos.
Este artigo de investigação pretende colocar em evidência a necessidade de literacia digital dos utilizadores de aplicações de encontros e contribuir para o seu desenvolvimento. Apostando numa abordagem metodológica com recurso aos métodos digitais, questiona-se que permissões as apps de encontros solicitam aos seus utilizadores, tanto no momento de instalação como no decorrer do uso, e a que dados essas permissões dão acesso.
Conclui-se que, ao instalar as apps de encontros analisadas, os utilizadores dão permissão de acesso a diversos dados pessoais do seu smartphone, como a leitura ou edição de ficheiros armazenados, localização, acesso a contactos, à câmara ou ao microfone. Algumas dessas permissões, solicitadas pelas apps com maior número de downloads, são classificadas como perigosas pelo sistema Android devido à natureza confidencial dos dados