O paradigma do movimento jihadista, e com ele o terrorismo jihadista, evoluiu ao longo da última década para novos contornos, desde que entrou no nosso quotidiano com os ataques de 11 de setembro de 2001. Esse processo de mutação deveu-se em grande parte ao fortalecimento do movimento do califado, protagonizado pelo Estado Islâmico.
Não é hoje possível perceber o terrorismo jihadista, a ação violenta e o recrutamento de jihadistas, sem compreender as raízes, os novos atores, modelos e dimensões de um processo de radicalização que acontece numa sociedade global, na qual a Internet se tornou um meio de comunicação quotidiano. As próximas páginas procuram compreender melhor essa "Era da Jihad Informacional", onde a comunicação em rede, via redes sociais, é uma caraterística central.
A comunicação através da Internet assume-se como um vetor de difusão generalizada de conteúdo favorável ao movimento do califado, assumindo múltiplas formas, entre as quais revistas oficiais, vídeos de propaganda e a presença de pregadores carismáticos online.
Para além dessas formas e vetores de difusão, procurou-se também contemplar na análise o conteúdo desfavorável presente na rede, seja ele noticioso ou de opinião. Para isso foi conduzida uma Análise de Conteúdo no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube, através da plataforma de "software" Crimson Hexagon, que permitiu a quantificação e caraterização da presença destes conteúdos entre janeiro de 2012 e abril de 2017.
Citação
OLIVEIRA, Rodrigo Sousa - Jihadismo na rede: o papel da comunicação em rede na lógica de desenvolvimento do processo de radicalização jihadista [Em linha]. Lisboa: ISCTE-IUL, 2017. Dissertação de mestrado. [Consult. Dia Mês Ano] Disponível em www:<http://hdl.handle.net/10071/15545>.